Toalha felpuda

Toalha felpuda - por Adriana Bernardes

Seja lá o que estiver pensando após ler o título deste post, você está errado!

Faz mais de mês que estou sonhando com bolo. Não um bolo qualquer. A massa tem que ser branca, bem molhadinha e gelada. Até virei motivo de chacota no grupo de trabalho, de tanto que pedi indicação sobre onde comprar.

No auge do meu desejo, me joguei no desconhecido e pedi pelo aplicativo. Quanta decepção!!! Não é que estivesse ruim. Mas não era aquele. Comi o bolo do meu desejo há pouco mais de oito anos, quando ainda estava grávida da minha menina grande.

Na época, Kelly, uma colega de trabalho, levou pro lanche da redação. Meu Deus, que bolo! Eu, que não sou chegada em doce, deixei o pudor de lado e comi uma fatia após a outra, apoiada na muleta da gravidez.

Depois disso, enchi tanto a paciência dela, que não lhe restou alternativa senão ir pra cozinha. Comprei os ingredientes, ela ocupou-se da alquimia e eu devorei a assadeira praticamente sozinha. Tempos depois pedi a receita e me arrisquei no território que não domino. Sou boa em muitas coisas, mas não tenho talento algum para as quitandas, os bolos e os pães. O resultado não poderia ser outro: um fiasco!

Maratona 

Eis que semana passada, Kelly me manda uma foto. De que? Sim, do Toalha Felpuda (nome peculiar do tal bolo dos meus sonhos). Salivei!!!!! Soube que a mãe dela, a Cris, tem usado o talento culinário para alegrar o dia de conhecidos e desconhecidos. Não pensei duas vezes. Começava ali uma pequena maratona para matar meu desejo.

Devido à distância, era preciso ter mais encomendas pras bandas de cá. Desliguei o telefone e comecei a mandar mensagem para amigos do mesmo bairro. Roberta topou pedir. Cândida também. Éramos três. Cris tem outros clientes na região e fez o mesmo. Pronto! Finalmente eu comeria o melhor bolo da vida! Mas não no último sábado (25/4), quando fiz o contato.

O Toalha Felpuda chegou chegou trê dias depois, embrulhado em papel alumínio, com um bilhete carinhoso colado na embalagem. Minha terça-feira de abril, no meio de uma pandemia mundial de coronavírus e há mais de mês no isolamento social, ficou mais feliz. E como o bolo é enorme, essa  felicidade vai se prolongar semana a dentro. Kelly, Cris, Cândida e Roberta, namastê!

Pra quem está pedindo o contato, clica aqui! Cris

(Não) Diário: dia.....que dia mesmo?

Brasília, 28 de abril de 2020.