Paciência

(Não) Diário: dia quinze

Paciência - por Adriana Bernardes

Brasília, 22 de abril de 2020. Acordei pouco antes das 6h. Fiz o café, abri o computador e fiquei olhando para esta página em branco pensando sobre o que gostaria de falar hoje. Há muito a ser dito. Mas meus dedos acordaram sem querer escrever.

Botei um pouco mais de café e fui pra janela. O céu de Brasília está nublado e faz um friozinho gostoso. Amo dias nublados! Pensei em escrever sobre isso. Mas meus dedos não querem escrever hoje.

"....Enquanto todo mundo espera a cura do mal...."

O verde da copa das árvores está ainda mais vivo com esse céu esbranquiçado. Meus pés estão gelados. Daqui a pouco pego um par de meias.

"...Eu finjo ter paciência..."

Comecei a cantarolar Lenine. E me dei conta de que era este o motivo da greve branca dos meus dedos. Lenine já escreveu e cantou tudo o que há para ser dito por hoje. Ouça é me diga se estou errada. Uma ótima semana pra você...pra todos nós! Paciência 

 

Paciência 

Lenine

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma

A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa

Eu me recuso faço hora vou na valsa

A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal

E a loucura finge que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência

E o mundo vai girando cada vez mais veloz

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber

Será que temos esse tempo pra perder

E quem quer saber

A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber

Será que temos esse tempo pra perder

E quem quer saber

A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma

Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não)

(a vida é tão rara)