Lamento

Os abraços não dados,

os almoços cancelados,

os aniversários desmarcados,

as viagens adiadas,

as amizades a distância,

o olho no olho de alguém,

o toque de cotovelos,

as lágrimas de tristeza e desesperança,

o medo de perder quem amo.



Lamento, acima de tudo,

a luta solitária de milhares nos hospitais,

a espera por UTIs,

as mortes por asfixia,

a estafa de profissionais de saúde,

a inércia dos genocidas do Executivo, Legislativo e Judiciário.


"A História vai cobrar", ouço por aí.

Sim, a História será implacável.

Mas a História não cura luto,

não tira do caixão os que partiram,

não salva a vida dos que ainda partirão,

não impede que os genocidas de agora sigam exterminando milhões.


Não nego o poder História

Mas (sempre tem um mas...) os genocidas que aí estão, 

dando as cartas e fazendo História, têm História também.

História de crimes contra a vida, a natureza a humanidade...

E, ainda assim, estão eleitos pelo voto popular.

Neste momento, só me resta o lamento.

E como lamento!


Crédito da imagem: Pinterest.


(Não) Diário de uma pandemia


Comentários

  1. Respostas
    1. Oi querido, tempos difíceis esses. Mas vai passar! Um abraço!

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  2. Só resta lamentar. Lamentar, sobretudo, a inércia do Legislativo que se diz representante da sociedade.

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    1. Pois é, aí é que está. O Legislativo que aí está, representa a maioria do povo brasileiro. Para a outra parcela da população, só resta o lamento e a força do voto (nas próximas eleições)!

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  3. A história não cura luto. Perfeito. Parabéns pelo texto!!!!

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    1. A História pode muito. Mas não faz milagres, né meu amigo?!

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  4. Não está fácil Dri, mas ainda temos pílulas de reflexão que nos ajuda a resistir. Parabéns pela sensibilidade de sempre🌹

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