Paisagem da janela
Paisagem da janela - por Adriana Bernardes
Nada supera a paisagem da janela!
O inverno bate à porta.
Quem anuncia é este ceu aí,
laranja, liás, vermelho, cinza...
Nada supera a paisagem da janela!
Cá dentro, calmaria e caos!
Calmaria perto,
caos entre mim e os 80 cm da tela que me lança ao abismo.
Nada supera a paisagem da janela!
Abismo da barbárie, do medo, da insanidade.
Abismo da ignorância, da ganância e da violência.
Abismo da desumanidade.
Nada supera a paisagem da janela!
Da janela tem a saudade e a distância.
Tem o gato e o cachorro espiando a rua,
tem pardal na janela da sala e do quarto de casal.
À sombra da cortina, ira e serenidade,
gratidão, amor, tristeza e plenitude.
Mas nada do que se diga, supera a paisagem da janela!
Da minha janela!
Janela da alma.
Janela de ontem, de hoje e de amanhã.
Da minha janela!
Janela da alma.
Janela de ontem, de hoje e de amanhã.
Brasília, 2 de maio de 2020. (Não) Diário: dia...dia, que dia mesmo? Dezessete (?)
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