Na madrugada mais fria da história de Brasília (até então), meus olhos se abriram às 5h33. Não que os tenha aberto no sentido literal, de retrair a pálpebra e coisa e tal. Naquele instante, meu córtex virou palco de um ballet de pensamentos. Não qualquer ballet! Aquele de repertório, com uma história inteira dentro dele: princípio, meio e fim. Definitivamente as sinapses químicas se livraram das amarras e voaram na minha fértil rede neural.
Por Adriana Bernardes
Eu poderia (ter tentado) fechar a porta e as janelas bem ali, às 5h33, na recorrente luta contra o ir e vir de reflexões aleatórias. Armas para acalmar os pensamentos eu tenho: técnicas de respiração, meditação, ensinamentos terapêuticos adquiridos ao longo dos últimos dois anos (e quase meio) de pandemia. Mas não o fiz. No dia mais frio da história da minha capital, estive à vontade com meu juízo bagunçado.
Joguei o edredom para o lado. Botei meus pés no chão gelado. Arrepiei com o ar gelado. Caminhei até a janela em busca do céu daquele dia frio. Um tom de rosa alaranjado tingia o horizonte. As folhas das árvores amanheciam sonolentas. Voltei pra debaixo do edredom, fechei os olhos, me aninhei e aquietei meu corpo.
A mente não.
Crédito da imagem: Adriana Bernardes.
P.S: O dia mais frio da história de Brasília até a data deste post foi em 19 de maio de 2022.
Brasília, 4 de agosto de 2022
(Não) Diário de uma pandemia.
Minha mente vagueia assim diariamente rsrsrsr Te amo!
ResponderExcluirMinha irmã, somos mulheres pensantes. É por isso! Te amo!
ExcluirGostei das autênticas expressões flamejante de luz, que ressoam energicamente e transcendem para elevação dinâmica do cotidiano.
ResponderExcluirQue lindo, dona Maria Eutenir! Obrigada. Adorei tê-la por aqui. Volte sempre!
ExcluirCara a cara com o frio. Isso é desafio. Isso é vitória!!! Lindo!!!!! Bjjjj
ResponderExcluirAdooroooooo frio, dias nublados e chuvosos! Foram feitos pra mim. Beijos, Ana Guaranys! Saudade docê!
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